Wednesday, May 13, 2009
Crimson - Radiohead
Radio I 0:44 King Crimson Thrak
Idioteque 5:09 Radiohead Kid A
Thrak 3:59 King Crimson Thrak
Treefingers 3:43 Radiohead Kid A
Industry 7:04 King Crimson Three Of A Perfect Pair
Nuages (That Which Passes, Passes Like Clouds) 4:47 King Crimson Three Of A Perfect Pair
Life In A Glass House 4:35 Radiohead Amnesiac
Ladies Of The Road 5:34 King Crimson Islands
Radio II 1:03 King Crimson Thrak
Opa Joptum
O primeiro que me informou que Radiohead parece King Crimson foi o Robson, amigo da Aline. Apesar de gostar muito da primeira banda e ser absolutamente louco pela última, a afirmação me intrigou pois não sabia dizer nem que sim nem que não.
Desde então, toda vez que ouço uma ou outra música de algum deles eu penso nisso, e aos poucos fui vendo que ele tinha razão, e a partir disso eu pensei em bolar uma setlist insólita, juntando estas duas bandas.
Bão. Não foi nem um pouco fácil. Pois quando faço playlists pego as músicas que mais gosto/ tem a ver com a pessoa para quem estou fazendo a lista, e essa tática não deu certo - as músicas não encaixaram, pré requisito para uma boa lista.
Depois de uns meses tive uma nova idéia, enquanto ouvia Treefingers, canção número 4 na lista. É, eu tava ouvindo o Kid A e o estalo deu alí no meio. Uma música totalmente ambiente, e exatamente o que o Crimson faz de vez em quando. Robert Fripp, chefe do rei, inventou um gravador de fita que toca e grava na fita ao mesmo tempo, assim ele poderia tocar um trecho de música e, depois gravar por cima outro, e outro, e outro. A cada iteração dessas, o volume das gravações é reduzido (senão vira uma garatuja).
Dizem alguns que ele inventou isso para tocar com a única pessoa com o mesmo nível técnico e criativo - ele mesmo. Enfim, a máquina chama Frippertronics (num arroubo de criatividade setentista) e muita coisa bizarra foi criada com a máquina. Um tipo de música que ele fazia eram Soundscapes, ou "paisagens sonoras". O título é perfeito, e Treefingers é uma paisagem mesmo.
Parla! A lista toda saiu a partir desta música. Incluí na playlist do ipod Radio I e II, soundscapes do único disco do crimson dos anos 90, e que encaixam perfeitamente com três dedos. Aliás esse disco é bem diferente - a começar pela formação "double trio", outro termo cunhado pelo maluco. Duas guitarras, dois baixos, duas baterias. Nem sempre todos tocam todas as músicas do disco. Radio I e II, por exemplo, acho que é só o Fripp mesmo.
Eu precisava de mais substância, a lista tava com cara de paisagem, então resolvi enfiar Idioteque no meio. Radio I e Idioteque mesclaram perfeitamente. O que poderia vir a seguir ? Pensei em alguma do Crimson com ritmo bem marcante, e coloquei Industry. Na mosca de novo, mas não encaixou bem depois de Idioteque. Deixei ela guardada no fim da lista, mas fui atrás agora de Thrak, do disco de mesmo nome dos anos 90.
Industry é do disco de 84 acho, chamado Three of a perfect pair. Fase dos anos 80 do Crimson marcada pelo som mais eletrônico, até meio poperô de vez em quando. Acho que perderam um pouco na qualidade das letras. Bem, antes disso tínhamos o Palmer-James escrevendo letras "barrocas" e incompreensíveis, mas carregadas de beleza e tristeza. Depois ficou mais ... humm.. simples? Feliz? A carreira solo do Adrian Belew (vocalista a partir de então) mostra letras bem ingênuas.
Industry é interessante pois o baixo e a bateria começam com um ritmo constante e marcado. Depois, começam a fazer improvisos, mas sempre (ou quase) mantendo o ritmo constante, se você prestar atenção. Degringola pra barulheira total, mas no fundo faz sentido. A rítmica me lembrou de morning bell ou national anthem (que não entraram na lista), e foi por isso que coloquei.
A primeira metade da lista ficou legal. Resolvi adicionar Life in a glass house só pq eu gosto e é uma música bem diferente do Radiohead. Os sopros me lembraram outro disco diferentão do Crimson, o Islands. Formação que durou só um disco, incluindo teclado, piano, baixo acústico, sopros (aliás o último com sopros), soprano, e coreografista(!). A única música que fala de sexo da carreira do Crimson é Ladies of the road, com ritmo de blues e suíngue marcante.
Radio II já estava no final e ficou legal alí mesmo, fechando a lista. Faltando um aglutinador depois de industry, pra quebrar o ritmo coloquei Nuages, bem viagem mas mais substanciosa que as Radios.
Como erat demonstratummm, Crimson e Radiohead juntos = vitória do povo trabalhador. Mas os meios não justificaram os fins, pois peguei as músicas menos características de ambos! Estatisticamente, não tem o menor sentido, mas quem se importa?
E, no fundo, ainda acho que o Robson tá certo, mas ainda não consigo apontar e dizer "Olha! é aqui em que eles se parecem!" como dá pra fazer com um milhão de bandas. Mas foi uma boa experiência e vou ouvir essa lista over and over. Espero que te divirta também.
Idioteque 5:09 Radiohead Kid A
Thrak 3:59 King Crimson Thrak
Treefingers 3:43 Radiohead Kid A
Industry 7:04 King Crimson Three Of A Perfect Pair
Nuages (That Which Passes, Passes Like Clouds) 4:47 King Crimson Three Of A Perfect Pair
Life In A Glass House 4:35 Radiohead Amnesiac
Ladies Of The Road 5:34 King Crimson Islands
Radio II 1:03 King Crimson Thrak
Opa Joptum
O primeiro que me informou que Radiohead parece King Crimson foi o Robson, amigo da Aline. Apesar de gostar muito da primeira banda e ser absolutamente louco pela última, a afirmação me intrigou pois não sabia dizer nem que sim nem que não.
Desde então, toda vez que ouço uma ou outra música de algum deles eu penso nisso, e aos poucos fui vendo que ele tinha razão, e a partir disso eu pensei em bolar uma setlist insólita, juntando estas duas bandas.
Bão. Não foi nem um pouco fácil. Pois quando faço playlists pego as músicas que mais gosto/ tem a ver com a pessoa para quem estou fazendo a lista, e essa tática não deu certo - as músicas não encaixaram, pré requisito para uma boa lista.
Depois de uns meses tive uma nova idéia, enquanto ouvia Treefingers, canção número 4 na lista. É, eu tava ouvindo o Kid A e o estalo deu alí no meio. Uma música totalmente ambiente, e exatamente o que o Crimson faz de vez em quando. Robert Fripp, chefe do rei, inventou um gravador de fita que toca e grava na fita ao mesmo tempo, assim ele poderia tocar um trecho de música e, depois gravar por cima outro, e outro, e outro. A cada iteração dessas, o volume das gravações é reduzido (senão vira uma garatuja).
Dizem alguns que ele inventou isso para tocar com a única pessoa com o mesmo nível técnico e criativo - ele mesmo. Enfim, a máquina chama Frippertronics (num arroubo de criatividade setentista) e muita coisa bizarra foi criada com a máquina. Um tipo de música que ele fazia eram Soundscapes, ou "paisagens sonoras". O título é perfeito, e Treefingers é uma paisagem mesmo.
Parla! A lista toda saiu a partir desta música. Incluí na playlist do ipod Radio I e II, soundscapes do único disco do crimson dos anos 90, e que encaixam perfeitamente com três dedos. Aliás esse disco é bem diferente - a começar pela formação "double trio", outro termo cunhado pelo maluco. Duas guitarras, dois baixos, duas baterias. Nem sempre todos tocam todas as músicas do disco. Radio I e II, por exemplo, acho que é só o Fripp mesmo.
Eu precisava de mais substância, a lista tava com cara de paisagem, então resolvi enfiar Idioteque no meio. Radio I e Idioteque mesclaram perfeitamente. O que poderia vir a seguir ? Pensei em alguma do Crimson com ritmo bem marcante, e coloquei Industry. Na mosca de novo, mas não encaixou bem depois de Idioteque. Deixei ela guardada no fim da lista, mas fui atrás agora de Thrak, do disco de mesmo nome dos anos 90.
Industry é do disco de 84 acho, chamado Three of a perfect pair. Fase dos anos 80 do Crimson marcada pelo som mais eletrônico, até meio poperô de vez em quando. Acho que perderam um pouco na qualidade das letras. Bem, antes disso tínhamos o Palmer-James escrevendo letras "barrocas" e incompreensíveis, mas carregadas de beleza e tristeza. Depois ficou mais ... humm.. simples? Feliz? A carreira solo do Adrian Belew (vocalista a partir de então) mostra letras bem ingênuas.
Industry é interessante pois o baixo e a bateria começam com um ritmo constante e marcado. Depois, começam a fazer improvisos, mas sempre (ou quase) mantendo o ritmo constante, se você prestar atenção. Degringola pra barulheira total, mas no fundo faz sentido. A rítmica me lembrou de morning bell ou national anthem (que não entraram na lista), e foi por isso que coloquei.
A primeira metade da lista ficou legal. Resolvi adicionar Life in a glass house só pq eu gosto e é uma música bem diferente do Radiohead. Os sopros me lembraram outro disco diferentão do Crimson, o Islands. Formação que durou só um disco, incluindo teclado, piano, baixo acústico, sopros (aliás o último com sopros), soprano, e coreografista(!). A única música que fala de sexo da carreira do Crimson é Ladies of the road, com ritmo de blues e suíngue marcante.
Radio II já estava no final e ficou legal alí mesmo, fechando a lista. Faltando um aglutinador depois de industry, pra quebrar o ritmo coloquei Nuages, bem viagem mas mais substanciosa que as Radios.
Como erat demonstratummm, Crimson e Radiohead juntos = vitória do povo trabalhador. Mas os meios não justificaram os fins, pois peguei as músicas menos características de ambos! Estatisticamente, não tem o menor sentido, mas quem se importa?
E, no fundo, ainda acho que o Robson tá certo, mas ainda não consigo apontar e dizer "Olha! é aqui em que eles se parecem!" como dá pra fazer com um milhão de bandas. Mas foi uma boa experiência e vou ouvir essa lista over and over. Espero que te divirta também.
// posted by djogo @ 8:39 PM 
